Fabricio Moura 
Encravada no meio dos Andes Peruanos, a cidade Inca de Machu Picchu é uma das principais atrações da América do Sul e cartão postal do Peru. Credenciais não faltam para esta que é uma das sete maravilhas do mundo e declarada pela Unesco como Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade. Neste post eu conto como visitar Machu Picchu e tudo o que você precisa saber para conhecer este lugar mágico.
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Machu Picchu foi oficialmente descoberta em 1911 pelo explorador e historiador americano Hiram Bingham. Entretanto, já existiam relatos de antes desta data contando a existência de uma cidade Inca no meio dos Andes. Tal isolamento de Machu Picchu, faz com que até hoje a visita seja trabalhosa e feita por etapas, que vocês vão entender ao longo deste post.
Machu Picchu em idioma quéchua significa “Montanha Velha” e até hoje não se sabe exatamente como esta cidade foi construída em local tão isolado e as razões. Como os imensos blocos de granito foram levados? Povoada entre 1450 e 1540, por que foi abandonada? São apenas algumas perguntas que fazemos quando visitamos Machu Picchu.
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Onde fica?
Machu Picchu fica distante 112 quilômetros da cidade Peruana de Cusco e a 2.350 metros acima do nível do mar. O vilarejo mais próximo é Machu Picchu Pueblo ou Aguascalientes. Por tanto, se você ouvir falar nesses dois nomes, saiba que estamos falando do mesmo vilarejo. O que confunde algumas pessoas, mas Machu Picchu Pueblo ou Aguascalientes é o mesmo lugar.
Ingresso para Machu Picchu
O ingresso para visitar Machu Picchu deve ser comprado pela internet pelo site oficial e com antecedência. Muito cuidado com as entradas oferecidas por atravessadores ou agências pouco confiáveis. Na dúvida, compre no site oficial.
A visita é com hora marcada e o melhor horário para visitar é pela manhã, pois a tarde a incidência de chuvas é maior em qualquer época do ano. A primeira entrada é às 7h da manhã e a última às 15h. Existem 4 tipos de ingressos:
- Machu Picchu Circuitos 1, 2, 3 ou 4: permite fazer um dos 4 circuitos que percorrem o sítio histórico. Preço: 152 Soles (R$ 190).
- Circuito 4 + Wayna Picchu Mountain: permite fazer o circuito 4 + a montanha de Wayna Picchu que fica anexa ao sítio arqueológico de Machu Picchu. Preço: 200 Soles (R$ 250)
- Macchu Picchu Mountain + Circuito 3: permite fazer a montanha de Machu Picchu que fica anexa ao sítio arqueológico de Machu Picchu + o circuito 3. Preço: 200 Soles (R$ 250)
- Circuito 4 + Huchuy Picchu: permite fazer o circuito 4 + o pico de Huchuy Picchu que fica ao lado do sítio arqueológico de Machu Picchu. Preço: 152 Soles (R$ 190).
Se você só quiser visitar Machu Picchu, compre o primeiro ingresso, o que permite fazer os 4 circuitos. O circuito 4 é o mais completo, que começa por cima e vai descendo. Aquela imagem clássica da cidade vista de cima é de um dos pontos do circuito 4.
Primeira etapa: voando até o Peru
O ponto de partida da sua viagem vai ser Cusco e fica distante cerca de 1.100 km de Lima. Atualmente não existem voos diretos do Brasil até Cusco. A melhor opção é fazer uma conexão em Lima com a Latam.
O voo de São Paulo (Aeroporto Internacional de Guarulhos) até Lima tem cerca de 5 horas de duração e a viagem de Lima até Cusco é bem rápida, cerca de 1 hora de voo.
O Aeroporto de Cusco fica encravado no meio de um vale a 3.400 metros de altitude, sendo este um dos aeroportos mais desafiadores do continente. E em alguns meses do ano, ele fica encoberto pela neblina, o que pode ser um problemão no planejamento da sua viagem. Por tanto, tenha isso em mente ao planejar uma viagem para Machu Picchu.
Segunda etapa: de Cusco até Machu Picchu Pueblo
Antes de seguir de Cusco até Machu Picchu Pueblo, recomendo ficar alguns dias em Cusco. A cidade é linda, tem um dos centros históricos mais preservados da América Latina e alguns dias lá vai facilitar a sua adaptação à altitude.
A melhor maneira de ir de Cusco até Machu Picchu Pueblo é de trem. O serviço é operado por duas empresas, a Peru Rail e também pela Inca Rail. E ambas as empresas oferecem diferentes serviços, dos mais econômicos aos mais caros. Recomendo consultar os serviços que melhor atende nos sites das empresas.
Eu viajei com a Peru Rail no trem VistaDome, que tem vagões com janelas enormes e teto de vidro, o que possibilita uma visão extraordinária da viagem. Curiosamente, até hoje eu não entendi a razão, pois na viagem de volta assistimos a uma apresentação típica no vagão bar do trem, com danças e música andina. Já na viagem de ida, nada disso aconteceu. Sendo que era o mesmo trem e com o mesmo serviço e tarifa até mais cara.
Quando comprar a sua passagem, fique atento pois Cusco possui três estações de trem: San Pedro (no centro histórico), Wanchaq (próxima ao centro histórico) e Poroy (cidade vizinha a Cusco). E os trens podem sair destas três estações.
Outro detalhe muito importante é que de 01 de Janeiro a 01 de maio – por conta da temporada das chuvas – o trem não funciona direto de Cusco a Machu Picchu Pueblo. Eles vendem o chamado “serviço bimodal” onde o trecho de Cusco a Ollantaytambo é feito de ônibus ou van (uma viagem de 2 horas) e em Ollantaytambo pegamos o trem até Cusco em uma viagem de 1h30.
Trilha Inca
Outra opção bem popular é fazer o trecho até Machu Picchu pela Trilha Inca (3 a 4 dias de caminhada). Meu amigo fez e tudo foi organizado por uma agência de Cusco. Não é barato, mas tem todo suporte e equipe que monta o acampamento e prepara as refeições, que no caso dele, foram verdadeiros banquetes.
Pausa pra contar um perrengue meu
Como eu viajei em abril de 2022, eu comprei o serviço bimodal. Porém, chegando na Estação de Wanchaq para pegar o ônibus até Ollantaytambo, soube que o ônibus estava cancelado por motivos técnicos. E que a Peru Rail nada poderia fazer a não ser remarcar a passagem para outro dia. Sendo que eu tinha hotel reservado em Machu Picchu Pueblo e ingresso com hora marcada para Machu Picchu.
Cerca de 80 pessoas que deveriam pegar os ônibus estavam na estação sem saber o que fazer e os taxistas estavam cobrando entre 400 e 500 Soles para fazer a viagem (uns R$ 600). Algo surreal! Por sorte o Uber aceitou a corrida, que ficou em 109 soles (cerca de R$ 135). Quer mais? O ônibus da volta também foi cancelado. Resumindo: não confiem na Peru Rail com o seu serviço bimodal.
Terceira etapa: subindo até Machu Picchu
Eu fiquei duas noites em Machu Picchu Pueblo, mas uma noite é suficiente já que a cidade não tem nada para fazer. O ideal é chegar na cidade, dormir e visitar a Machu Picchu na manhã seguinte e já voltar para Cusco no mesmo dia. Algumas pessoas fazem bate-volta desde Cusco, algo que eu definitivamente não recomendo.
Os mais aventureiros sobem até Machu Picchu a pé através de uma escadaria no meio da mata. Contudo, a maneira mais cômoda é subir de ônibus. A passagem pode ser comprada na loja da Consettur que fica em uma ruazinha no centro da cidade. É só perguntar onde fica que não tem erro.
A viagem de ida e volta custa 24 USD para estrangeiros (ou 12 USD o trecho). Muitas pessoas sobem de ônibus e descem pelas escadas. Lembre-se que é alto e chove sempre, o que pode tornar a aventura um pouco perigosa. Também não se esqueça do “soroche”, o mal da altitude, que causa falta de ar, dores de cabeça e até tonturas e náuseas.
O ônibus a gente pega um pouco mais abaixo da loja da Consettur, no pequeno terminal rodoviário da cidade. O embarque é organizado de acordo com o horário do seu ingresso de entrada em Machu Picchu.
Onde se hospedar em Custo e Machu Picchu Pueblo
Cusco
Na ida eu me hospedei no Casa Andina Premium Hotel, um hotel 5 estrelas com preços muito bons. Eu paguei o equivalente a R$350 a diária para duas pessoas com café da manhã.
Recomendo também o Casa Andina Standard, que tem preços super baratos e também é bem confortável e com excelente localização.
Outra recomendação bacana é o Abittare Hotel Cusco, que fica pertinho do Casa Andina, tem bons preços e excelente localização.
Na volta de Machu Picchu para Cusco eu fiquei no Hilton Garden, um 5 estrelas classudo, mas com atendimento inferior ao Casa Andina Premium Hotel e com localização um pouco desfavorável, já que ele fica na parte alta da cidade o que faz com que a gente dependa mais de táxi ou Uber.
Machu Picchu Pueblo
Em Machu Picchu pueblo eu fiquei no Inti Punku Machupicchu Hotel & Suites, que tem ótima localização, em frente a estação de trens e staff simplesmente maravilhoso!
Como se locomover em Cusco
Se você se hospedar na região do centro histórico, vai poder fazer tudo a pé. Entretanto, se precisar se locomover a maiores distâncias – como ir e vir do aeroporto – recomendo usar o Uber que tem preços ótimos no Peru. A corrida do aeroporto até o hotel no centro histórico me custou 12 soles (R$ 15).
Já em Machu Picchu Pueblo dá pra fazer tudo a pé, já que a cidade é muito pequena e os hotéis ficam todos no centrinho e no entorno da estação de trem.
Quando visitar Machu Picchu
Em qualquer época do ano, mas tenha em mente que de janeiro a maio a incidência de chuvas é maior, apesar de que em Machu Picchu chove o ano inteiro por conta da localização. Já nos meses de inverno (junho a agosto), a chance de neblina é maior, o que pode deixar o sítio arqueológico encoberto.
Eu visitei em abril de 2022, quando cheguei lá em cima estava tudo encoberto por volta das 7h30 da manhã, mas cerca de meia hora depois as nuvens foram embora.
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Olá, estou pesquisando muito sobre os circuitos de Machu Picchu atualmente disponíveis e acho que o post se equivoca ao falar que o 4 seria o mais completo, pois de acordo com o site oficial ele só dá acesso à parte inferior das ruínas, de onde não se tem a melhor foto da cidade. Pelos inúmeros relatos que tenho lido, para aquela foto mais clássica de MP teria que percorrer os circuitos 1 ou 2, que passam pela parte alta.
Estou há dias procurando pela melhor explicação dos circuitos e tenho tido muita dificuldade. Cada um diz uma coisa, não sei qual comprar!! Você comprou qual por favor?