Eu passei as últimas duas semanas planejando um mochilão pela Ásia, decidi viajar com apenas vinte dias de antecedência por conta de uma conjunto de boas oportunidades: como alugar meu apartamento por 3 meses via Airbnb e combinado com uma ótima promoção da Emirates para a Tailândia.
Planejar uma viagem internacional tem seu nível de dificuldade, um mochilão pela Ásia tem quase o triplo de dificuldades. Se para a grande maioria dos países europeus a gente só precisa de um visto de entrada, na Ásia precisamos de vários. Se em quase toda Europa usamos o Euro, na Ásia é uma moeda por país. Só para te dar um pequeno exemplo das dificuldades.
Montando o roteiro do mochilão pela Ásia
Dizem que a melhor época para visitar a Tailândia e aquele canto do mundo é entre novembro e fevereiro, a época mais seca, o resto do ano é o período mais chuvoso. Mas eu resolvi pagar para ver até certo ponto. Sou daqueles que acredita que a melhor época para viajar é quando a gente pode ir.
Comprei as passagens ida e volta chegando e saindo de Bangkok e estabeleci a cidade como base para a metade da viagem. Depois de alguns dias em Bangkok eu sigo para o norte, até a belíssima cidade de Chiang Mai, atravesso a fronteira com Mianmar para um bate e volta e retorno a Chiang Mai.
De lá eu vou para Siem Reap no Camboja. Todos esses vôos foram de low-cost. A Thai Lion Air tinha as melhores tarifas entre Bangkok e Chiang Mai. Já o trecho entre Chiang Mai e Siem Reap via Bangkok foi de Air Asia, antes dela começar a me sacanear. Falo disso mais adiante.
Depois de percorrer o Camboja, volto para Bangkok de Air Asia e sigo para o sul, em Krabi de Thai Lion Air que mais uma vez foi imbatível no preço. Note que a primeira parte da viagem eu priorizei toda a região acima de Bangkok para baratear o deslocamento e demandar menos tempo também.
Agora é a hora de fazer o sul da Tailândia. Krabi ao lado de Phuket e Phi Phi Island são esses paraísos que aparecem no Google Images quando buscamos pela Tailândia. De Krabi eu vou fazer um trecho de barco até as ilhas Phi Phi, aquele lugar maravilhoso que ficou mega popular depois do filme A Praia do Leonardo DiCaprio.
De Phi Phi eu voltaria para Krabi e voaria para Kuala Lumpur e finalizaria a viagem com 10 dias em Bali. Mas aí aconteceu algo que eu só posso acreditar que foi o destino que não quisesse que eu colocasse os pés em Bali.
Primeiro, não é tarefa simples andar em Bali. O transporte público é praticamente inexistente e o turista pode optar por alugar um carro, uma moto ou contratar um motorista. Aqui eu comecei a perceber que esse trecho da viagem custaria bem mais caro que eu tinha imaginado.
Decidi ficar em Ubud, distante uns 40 quilômetros de Dempasar, onde fica o aeroporto internacional da ilha. Consegui um hotel legal em Ubud, perto da Floresta dos Macacos e alguns templos. Ficar 10 dias ali seria pura paz. Pensei em alugar uma bicicleta e percorrer a ilha dessa forma, obrigado Julia Roberts.
Mas nem tudo é lindo como em “Comer, rezar e amar”, é que nessa época do ano, em Bali chove o tempo inteiro e olhando a previsão do tempo, só mostrava algo entre chuvas torrenciais e dilúvios.
Bom, sou teimoso e insisti em comprar as passagens. Por alguma razão que eu não sei e nem a Air Asia soube explicar, os meus dois cartões de crédito foram recusados inúmeras vezes pelo site deles na compra do trecho entre Krabi, Kuala Lumpur e Dempasar. Lembrando que eu já tinha comprado o vôo para o Camboja sem problema algum.
Pedi pra um amigo que trabalha em agência de viagens e que tem aqueles sistemas mágicos em que ele consegue ver todas as passagens de todas as empresas do mundo. Coisa surreal! Nem ele conseguiu comprar, os vôos que eu precisava simplesmente não apareciam no sistema. Aceitei que não era dessa vez que eu iria conhecer Bali.
Mas a viagem tem que seguir, meu mochilão pela Ásia deu uma guinada para outras bandas, opções não faltam naquele canto do mundo. De Phi Phi vou de barco para Phuket, fico uns dias e de lá encontrei um vôo sensacional pela Malaysia Airlines (oremos! rs) de Phuket a Kuala Lumpur na Malásia. Vou ficar uns dias em KL como eles a chamam, fazer alguns bate-volta e por fim, sigo para Bangkok para usar a cidade de base para outro bate volta a Ayutthaya e de lá para Dubai e São Paulo. Ufa! Montar esse quebra cabeças não foi nada fácil.
Que dinheiro levar
Vou levar Dólar, é a moeda oficial de quem viaja pela Ásia e em Bangkok vou trocar por Bahts, a moeda local (1 Real vale 9,88 Bahts e 1 dólar vale 35,30 Bahts). No Camboja é melhor pagar tudo com Dólar, não vale a pena trocar pelo Riel e eles até preferem receber na moeda americana.
A moeda da Malásia é o Ringgit, eu vou trocar o mínimo possível, já que o Dólar também é bem aceito e evita perda de dinheiro nas conversões.
Mala ou mochila?
Mas não é um mochilão? Para contextualizar, um mochileiro é quem viaja por conta própria, geralmente priorizando opções mais econômicas em longas viagens. Não precisa necessariamente estar levando uma mochila nas costas.
Eu pensei em comprar uma mochila grande, daquelas de 70 litros para facilitar o meu deslocamento. Mas ela vai contra alguns dos meus princípios de viajar leve. Eu gosto de levar sempre a minha malinha de bordo e já falei várias vezes sobre isso aqui no blog. Como os 15 dias na Europa só com a mala de bordo. Ela vai comigo dentro da cabine e eu tenho inúmeras razões para continuar viajando assim.
Ali cabe tudo que eu preciso, o meu deslocamento nas grandes cidades será de metrô ou trem, nas cidades menores vou usar taxi ou transfer, não tenho razão nenhuma para gastar comprando uma mochila. Mas esse é o meu jeito de viajar, você poderá optar pelo que for melhor no seu caso.
Roupas e cuidados pessoais
Faz calor e muito calor. Eu estava olhando ontem a previsão do tempo para o Camboja e estava marcando 39 graus, por tanto, roupas leves. Também não dá para deixar de lado o protetor solar e repelente. Bonés e chapéus são bem vindos e nunca, mas nunca tome água que não seja mineral em garrafa lacrada. Nunca peça bebida com gelo, a gente nunca sabe a origem da água usada naquela pedra de gelo.
Vistos e documentos
Depois do passaporte, o principal documento para o seu mochilão pela Ásia é o Certificado Internacional de Vacina ou Profilaxia da Anvisa, comprovando que você tomou a vacina contra febre amarela. Saiba aqui como conseguir o seu.
Para entrar na Tailândia, não precisamos de visto. Só apresentar a carteirinha no balcão do Health Control e seguir para a imigração.
No Camboja o visto é exigido, mas é incrivelmente moderno, você pode solicitar e receber por email o seu e-Visa e custa 37 dólares. Tudo é feito nesse site: https://www.evisa.gov.kh/.
Post completo: Como conseguir o visto para o Camboja
Na Malásia, é bem como na Tailândia, brasileiros também não precisam de visto, basta apresentar o passaporte e certificado da Anvisa.
Para Bali, mesmo não indo mais, eu pesquisei muito sobre isso, o visto é emitido no desembarque, o chamado “Visa on arrival”, você tem que pagar uma taxa de 30 dólares, ter uma página inteira em branco no passaporte e validade mínima de 6 meses. Claro, também apresentar o certificado da Anvisa.
Update: A Indonésia não exige mais visto para Brasileiros. Eu fui lá no meu segundo mochilão (amém!) em maio de 2017 (leia mais aqui).
O roteiro detalhado dessa viagem, o que eu fiz em cada uma das cidades está aqui.
Roteiro na Ásia: Tailândia, Camboja, Malásia e Mianmar
Atualização (Outubro de 2016)
Pessoal, resolvi colocar uma atualização pós viagem aqui comentando o que deu certo e o que deu errado e mais dicas úteis com links para posts interessantes se vocês estiverem planejando a mesma viagem:
- O roteiro funcionou certinho, tudo dentro do previsto e sem contratempos;
- O calor no Camboja foi muito além dos 39 graus, chegou a 45. Mas a dica das roupas leves continuam válidas;
- Entre voar na Thai Lion e Air Asia, vale mais escolher a Thai Lion que já inclui a franquia de bagagem na tarifa e tem preços muito semelhantes e até menores que a Air Asia;
- Levar a mala no lugar da mochila só atrapalhou nos trechos de barco entre as ilhas. Arrastar a mala nesses lugares foi complicado. Hoje acho que a mochila seria uma boa opção;
- Phi Phi não é tão legal e tem um post na categoria Tailândia que fala disso;
- Na Malásia valeu a pena trocar o dólar pelo Riggit, a conversão foi excelente;
- Não me pediram o certificado da Anvisa no Camboja e nem na Malásia;
- Você vai ter uma dor de barriga (ou muitas) é normal e nem precisa ter tomado água impura pra isso, o tempero é muito forte e a culpa é dele;
- Leve poucas roupas e se precisar, pode comprar bem barato em Bangkok;
- Viajando com pouca roupa ter que levar as peças é inevitável, as mais pesadas eu recomendo levar em lavanderias, são muito baratas. Roupas mais delicadas, lave na pia do banheiro, as lavanderias destroem essas peças;
- Em Bangkok se hospede na região da Khao San Road, dá pra fazer tudo a pé sem usar taxi ou tuk-tuk;
- Em Kuala Lumpur o transporte público é excelente e barato, pode escolher um hotel mais barato e fora do centro, desde que tenha o metrô por perto;
Todos os posts que eu fiz em tempo real durante o mochilão estão aqui: Mochilão Asia 2016
Leia mais
Tailândia
Chegando em Bangkok: aeroporto e imigração
Como chegar a Phi Phi Island e transporte entre as ilhas da Tailândia
Guia completo de Bangkok com versão para download
Todos os posts com roteiros completos e mais dicas da Tailândia
Febre amarela: vacina e certificado internacional
Camboja
Como conseguir o visto para o Camboja
Como é passar pela imigração no Camboja
Como se locomover e quantos dias ficar em Siem Reap
Todos os posts com roteiros completos e dicas do Camboja
Malásia
Chegando em Kuala Lumpur: imigração e transporte
Todos os posts sobre a Malásia com dicas e roteiros
Mianmar
Todos os posts sobre Mianmar
Resenhas das companhias aéreas
Como é voar na Emirates de São Paulo para Dubai
Como é voar no A380 da Emirates, o maior avião do mundo
Como é voar com a Malaysia Airlines
Como é voar com a Air Asia
Posts sobre malas
Como foram os 15 dias na Europa só com a mala de bordo
Arrumando a mala: 5 coisas para deixar de fora
Como escolher a mala perfeita
8 motivos para você viajar só com a bagagem de mão
Dicas para arrumar a mala
Sigam o Vou na Janela no Facebook e no Instagram.
Maravilha Fabrício…vais te encantar com esta viagem… prá mim a Asia é tudo de bom. Quando fui à India pela primeira vez fui via Kuala Lumpur….valeu muito. Há uns 2 ou 3 anos, minha filha, que vai à India todos os anos para dançar, foi , depois dos seus compromissos lá, com o marido visitar Cambodja e estes lugares que tu estás indo. Ficou tão encantada que vive repetindo que quer voltar lá no leste asiático comigo. Quando fiz uma cirurgia, ano passado, ela ficou aqui em casa e , durante um mês, fazendo pratos da culinária destes lugares, não me lembro de ter repetido uma comida, todas maravilhosas, amei. Bem, desculpe, me entusiasmei…cada um que viaja eu viajo junto….este bichinho é viciante. Vais te dar bem, com certeza, e já estou louca para ver as fotos e as histórias desta aventura. Feliz viagem…já disse mas repito, adoro teus relatos…também escrevo os meus. Namaste!
Oi Nadia! Tudo bem? Obrigado pela mensagem. Estou super ansioso, contando os dias (faltam 10) e lendo tudo a respeito! Vai ter muito material no site. Também acho que você deveria ir. Namaste!
Adorei o post de atualização!!!
Gostaria de saber quanto tempo ficou viajando e em que época foi.
Obrigada :))
Oi Ana, tudo bem? Essa viagem durou 30 dias. =)
Olha, adorei seu post, mas discordo de uma coisa: Phi Phi não é muito legal (mesmo). Phi Phi é F#&A!!! Maravilhoso. O lugar que mais amei e me diverti na Tailandia. Tanto que ja fui 2x e março vou novamente!!
Oi Cintia, que bom que você gostou. Cada viajante tem uma experiência né? Na minha não foi a melhor, eu gostei mais de Krabi, Samui e de outras ilhas.
Oi..sei q é muito relativo, mas quanto vc gastou com essa viagem?
Foi em 2016, as coisas eram “menos caras”, eu gastei 12mil, mas daria para gastar menos, pois eu optei por voos mais caros por conta de horários e hospedagens melhores em alguns lugares.