Desde muito cedo, quando conseguimos nosso primeiro emprego, era bem comum ouvir conselhos nos nossos pais e familiares como: “guarde parte do salário para comprar a sua casa, o seu carro”. Para eles, o ideal de sucesso na vida era um bom emprego, uma casa própria e um Volkswagen novo na garagem.
A ideia de não guardar dinheiro para comprar a casa poderia ser motivo de longas discussões e puxões de orelha. Vamos entender que eles são de uma outra geração, onde carteira de trabalho assinada era sinônimo de estabilidade. Não ter um trabalho fixo, ser “freela” (acho que esse termo nem existia), era inaceitável. Nossos pais queriam o melhor para nós, para eles, esse era um ideal de vida.
Mas o mundo mudou, a mentalidade dessa geração que cresceu depois dos anos 80 vivenciou transformações no mundo, pequenos países se tornando potências, o avanço tecnológico e a facilidade de locomoção para qualquer canto mudou um pouco a definição de sucesso na vida. A TV por assinatura e depois a internet colocaram o mundo em uma vitrine, que a gente ficava admirando e desejando mais e mais.
Talvez, se eu tivesse ouvido os conselhos do meu pai, eu estivesse agora ganhando um bom salário e sentado no sofá de casa vendo novela. Mas a nossa geração cresceu inquieta, cresceu vendo o mundo se abrir, vendo possibilidades. Cresceu sabendo que a Austrália não era mais tão distante, que a Malásia estava logo ali, que o Japão não era quase uma utopia e viu lugares surgirem do nada. Onde antes era pura areia, hoje é Dubai e a lista segue.
Esse maravilhoso mundo novo nos tirou da zona de conforto, daquele sofá onde eu estaria sentado agora. Não somos árvores para ficarmos enraizados, não temos mais medo do idioma estranho e da cultura diferente.
Existe até um termo em alemão que define isso: “Wanderlust”. É o desejo de viajar, do desconhecido, de ir a qualquer lugar. A sua viagem será a que você se identifique mais, pode ser dentro do seu estado, dentro do seu país ou lá onde o vento faz a curva.
Hoje, para mim, sucesso na vida são as experiências que vamos acumulando a cada novo destino. E não queremos parar, se o real está desvalorizado, procuramos maneiras de compensar. Se antes o objetivo de uma vida era economizar para comprar a tal casa, hoje o meu é economizar para viajar e tenho certeza que você, que está lendo esse texto agora, também pensa assim.
Você precisa le esse post: “Não viajo porque sou rico, viajo porque me programo”.
Sigam o Vou na Janela no Facebook e no Instagram.