Talvez você não a conheça, mas a Air Baltic é uma excelente opção para quem viaja pelo leste europeu, especialmente de e para os Países Bálticos: Letônia, Lituânia e Estônia. Na minha viagem pela região eu pude fazer três voos com eles e trago nesse post um review super completo de como é voar com a Air Baltic.
A Air Baltic tem a sua sede no Aeroporto Internacional de Riga na Letônia e voa de lá e das vizinhas Tallinn na Estônia e Vilnius na Lituânia para as principais capitais europeias, chegando até a Abuh-Dabi nos Emirados Árabes Unidos.
A companhia opera uma frota de aeronaves Boeing 737 clássicos das séries -300 e -500 (modelos antigos, porém retrofitados e eu falo disso a seguir) , Bombardier Q400 e dos polêmicos Bombardier CS300.
Para quem não sabe, a Bombardier perdeu uma ação judicial movida pela a Boeing e com o apoio da Embraer por conta dos preços abaixo de mercado dos seus jatos para até 150 lugares. Resumidamente, o governo canadense oferece subsídios para que o jato regional seja vendido abaixo do preço de mercado e assim, caracterizando concorrência desleal. Mas o assunto é bem mais complexo.
Update de 10 de julho de 2018: A Airbus comprou o projeto C Series da Bombardier e relançou a linha como Airbus A220. Por tanto, agora o CS100 passa a se chamar Airbus A220-100 e o CS300 será o Airbus A220-300.
A Air Baltic foi a companhia aérea que lançou o modelo na Europa e eu voei na aeronave de Paris até Riga. Também voei de Bombardier Q400 de Tallinn até Riga e de Boeing 737-300 de Riga até Paris.
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Como é voar com a Air Baltic
Compra da passagem
Eu tentei de diversas maneiras comprar os trechos direto no site da Air Baltic mas apareciam alguns erros malucos e mesmo trocando de computador, ou tentando comprar pelo app da empresa o erro continuava.
Como a Air Baltic é parceira da Air France, era possível comprar os trechos pelo site da companhia francesa em um code-share entre elas. Mas o preço pelo site da Air France era absurdamente caro e eu achei exatamente a mesma passagem no site da Expedia por menos da metade dos preços praticados no site da Air France.
Pelo site da Expedia eu não consegui parcelar, também não consegui marcar as poltronas, apenas comprei o despacho de bagagem de uma mala de até 20 quilos. Essa tarifa dava direito a um lanche de cortesia em voos de mais de 1 hora, mas não permitia marcar as poltronas, sendo feito no check-in.
Check-in
Para todos os trechos eu fiz o check-in online pelo site da Air Baltic. O check-in foi o mais simples que eu já fiz, o site acha a sua reserva e pede para clicar para confirmar e pronto. Check-in feito e poltrona atribuída. Mas no despacho da bagagem no aeroporto você pode pedir a mudança de poltrona e a impressão do boarding pass.
De Paris para Riga na Letônia
Meu voo partiria às 9h da manhã do Aeroporto Internacional Charles de Gaulle em Paris. A Air Baltic opera no Terminal 2D, eu cheguei lá umas 2h30 antes da partida e o check-in ainda não estava aberto. Esperei por aproximadamente 20 minutos e fiz todo o procedimento e sem longas filas.
O voo BT692 de Paris até Riga tem duração de 2h30min e foi operado pelo Bombardier CS300 e eu estava bem curioso para testar esse produto tão polêmico e concorrente de peso dos nossos Embraer.
Para começar, a aeronave tem uma cross-session no layout 3-2, ou seja, 3 poltronas de um lado do corredor e 2 do outro. O CS300 está configurado com 145 poltronas. A primeira impressão que a gente tem é de uma cabine moderna e espaçosa.
Parece que a Bombardier bebeu da água do projeto do 787 Dreamliner da Boeing, pois as janelas são enormes e as bins e luzes de cabine parecem muito com as do modelo da Boeing. Por outro lado, as poltronas e acabamentos me lembraram a família de e-jets da Embraer.
O conjunto de coincidências deixa a experiência a bordo do jato de fabricação canadense muito boa.
As poltronas também tem um bom espaçamento, o reclino é aquele velho padrão de classe econômica do qual a gente já está acostumado, mas eu achei satisfatório para a duração da viagem.
As aeronaves não são equipadas com sistema de entretenimento ou internet e essa regra vale para toda a frota da Air Baltic. No caso do CS300 , eles tem um micro tela em cima de cada poltrona onde é exibido informações aos passageiros, um vídeo e segurança, propagandas e um air show com mapa e dados do voo. A tela deve ser do tamanho de um iPhone 7 Plus.
No bolsão da poltrona tinha uma cópia da revista Baltic Outlook, que parte dela é o catálogo de refeições do serviço de bordo.
Nosso voo partiu do Charles de Gaulle no horário, subimos rapidamente a altitude de cruzeiro e poucos minutos depois a tripulação começou o serviço de bordo para quem tinha comprado anteriormente.
No meu caso, como eu comprei o despacho de bagagem, eu recebi uma caixinha simpática com um croissant recheado com queijo, presunto, alface e tomate. De acompanhamento uma garrafa de água de 500ml. O restante do serviço de bordo é vendido, os preços não são exorbitantes.
O voo seguiu sem problemas, apenas um pouso bem assustador na Letônia com muita neblina e visibilidade baixíssima. Mas parece que é algo bem comum naquelas bandas.
De Tallinn para Riga
Eu fui de Riga para Tallinn na Estônia de ônibus. Falando nisso, viajar de ônibus naquela região é ótimo e barato.
O trecho de Tallinn até Riga foi operado por uma aeronave Q400 com capacidade para 76 passageiros e cross-session no layout 2-2.
Novamente eu achei o espaço entre as poltronas bem ok. A viagem entre as duas cidades tem duração aproximada de 45 minutos, é um voo muito rápido e por conta disso não tem serviço e bordo. Apenas é oferecido um café, que é vendido.
Outro trecho pontual e tranquilo operado pela Air Baltic, chegamos em Riga e desembarcamos na remota.
Dali eu segui para a área de conexões do terminal de passageiros de onde embarcaria para Paris.
De Riga para Paris
Esse voo foi operado por um antigo Boeing 737-300 com 19 anos de uso. Mas para a minha surpresa, ele teve o seu interior revitalizado, permanecem somente as bins originais, naquele formato antigo dos anos 80 e com pouco espaço para a bagagem.
O voo de volta para Paris foi bem semelhante ao voo da vinda, com o serviço de bordo que eu relatei e mais um voo pontual e sem contratempos.
Uma curiosidade, é que nesses voos para Paris as aeronaves estavam configuradas com classe executiva, no caso do 737, naquele formato que chamam de “European Business” onde a poltrona do meio é bloqueada mas no fundo é o mesmo assento da econômica, apenas com mais espaço.
Conclusão
Eu gostei de voar com a Air Baltic, a empresa ofereceu um serviço eficiente e a simpatia de todos os funcionários, desde as comissárias até o pessoal de terra é realmente encantador.
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