Fabricio Moura 
A presidente do Chile Michele Bachelet oficializou no fim de janeiro a criação da Rede de Parques Nacionais da Patagônia. Transformando uma área de mais de 1 milhão de hectares em parques nacionais.
A iniciativa é uma parceria do governo com a ONG Tompkins Conservation, que foi fundada pelo norte-americano Douglas Tompkins e que foi dono da The North Face, empresa de roupas e equipamentos para montanhismo.
Curiosamente, eu estou lendo o livro Transpatagônia, Pumas não comem ciclistas, do Guilherme Cavallari. Ele percorreu a Patagônia durante 6 meses de bicicleta e em diversos trechos ele fala dessa iniciativa e do Parque Pumalín, o primeiro idealizado por Tompkins e de como as pessoas que ele encontrava pelo caminho interpretavam essa iniciativa.
De forma resumida, Douglas Tompkins comprava áreas particulares na Patagônia para transformar esses terrenos em parques e os doava para o governo do Chile. Claramente essa prática era vista com desconfiança pela maioria das pessoas. Alguns o acusavam de vender créditos de carbono na bolsa de valores, ou obtenção de favores do governo e por aí vai.
Tompkins morreu em 2015 de hipotermia, depois de sofrer um acidente de caiaque no Lago General Carrera, dentro do seu parque. O sonho dele era criar o maior parque na Patagônia com objetivo de conservar o ecossistema e incentivar o ecoturismo. Mesmo não estando vivo para ver seu sonho se tornar realidade, ele conseguiu.
A ONG fundada por ele e hoje administrada por sua esposa, doou 400 mil hectares, enquanto o governo do Chile entrou com 900 mil hectares.
Apesar de ser um parque imenso, por enquanto, só uma área menor conta com estrutura para receber vistantes, a que compreende ao Parque Pumalín. Ele fica localizado entre Puerto Montt ao norte e Chaitén mais ao sul. Mais informações no site oficial: parquepumalin.cl
Imagens: Parque Pumalín
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