Mais do que um museu, a gente precisa entender que o Museu do Amanhã no Rio representa o renascimento da Praça Mauá, que até 2014 ficava enclausurada e abandonada atrás do viaduto da Perimetral, um maciço de concreto que rasgava a zona portuária do Rio e que virou pó.
Indo mais além, o Museu do Amanhã representa o renascimento da cidade para os Jogos Olímpicos de 2016 e que ficou de legado para os cariocas e visitantes.
Quem conheceu ou passou por essa região antes de todo o processo de revitalização mal consegue imaginar tudo o que foi feito e no que se tornou esse pedaço antes negligenciado da cidade. Algo que, em se tratando de Brasil, é quase inacreditável que um projeto tão grandioso tenha se tornado realidade.
O Museu do Amanhã parece um belíssimo delírio alienígena pousado em uma plataforma que avança rumo a Baía da Guanabara. Obra do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, construído pela Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto Marinho e patrocínio-master do Santander.
O prédio foi construído pensando na sustentabilidade, como a valorização da luz natural ao máximo e as centenas de placas de energia solar na cobertura dele que se movimento ao longo do dia buscando acompanhar o posicionamento do sol para aumentar a eficiência da captação de energia solar.
Diferente de outros museus de arte, o Museu do Amanhã não exibe quadros ou instalações vangardistas, ele entrega informação, ou melhor, muitas informações organizadas em cinco estágios: De onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? e Como queremos ir?.
E a arte do museu está na beleza em que essa entrega é feita ao visitante. Tudo é interativo e logo na entrada a gente recebe um cartão que pode ser cadastrado em alguns totens para interagir com a IRIS, a assistente digital do museu. Encostando o cartão nos pontos de interação, a IRIS nos fornece mais informações de forma personalizada.
É um museu com cara de videogame, que explica a origem do planeta, mostra como chegamos até aqui e questiona para onde queremos ir. É um lugar que faz muitas perguntas, mas que nos mostra o caminho das respostas. Joga na nossa cara os efeitos do consumo desenfreado, a degradação excessiva do meio ambiente e para onde isso está nos levando.
Essa viagem de descobertas que começa pelo imenso globo logo no início do piso superior, o “Cosmos”, que explica a origem da vida na terra. A entrada é limitada a 40 pessoas por vez e a aula de mundo dura 12 minutos. São projetados via video mapping nas paredes circulares, vídeos que explicam desde o big bang até a chegada dos seres humanos. Um delírio visual que deixa todo mundo boquiaberto, essa, na verdade, é uma sensação que temos em todo Museu do Amanhã.
O segundo estágio dessa viagem é a “Terra”, que é dividida em 3 módulos: Matéria, Vida e o Pensamento. Os três grandes cubos permitem ao visitante ter uma experiência enriquecedora tanto por dentro quanto por fora. Como as 180 fotografias da Terra vista de diferentes ângulos, ou o último cubo revestido inteiramente de leds que representam o DNA humano, sinapses, terminações nervosas e o raciocínio.
Por dentro telas e mais telas falam das diversas formas de vida que habitam o planeta. Tudo isso de uma forma interativa com muitas áreas sensíveis ao toque e isso é algo bem presente no Museu do Amanhã, ele é para ser tocado e sentido.
A terceira fase dessa viagem é o “Antropoceno” e que para mim, é o mais impactante. São 6 imensos telões de 10 metros de altura posicionados de uma forma sufocante e que nos bombardeia de informações sobre como moldamos o planeta e as mudanças climáticas extremas que já estamos vivendo.
O quarto momento da exposição é chamado de “Amanhãs” e nele um game tenta encontrar respostas para a quarta pergunta: para onde vamos? E a quinta e última etapa é o “Nós” que fala sobre como queremos ir para esse futuro e o que deixaremos de legado para as novas gerações.
Visitar o Museu do Amanhã é uma aula de conhecimento, um museu feito para pensar. Ele tem essa missão clara e entrega muito bem o que propõe. Todo o conteúdo é apresentado em português, inglês e espanhol.
Um museu que poderia estar em qualquer grande cidade do mundo e mesmo ele já sendo a cara desse novo Rio de Janeiro, é um projeto que não remete em nada ao Brasil, mas algo mundial e para todos.
Além da exposição principal, o Museu do Amanhã tem várias outras mostras de arte no seu primeiro piso, mas que honestamente, ficam pequenas perto da grandiosidade da viagem que ele nos conduz na exposição principal.
Como chegar ao Museu do Amanhã
O Museu do Amanhã fica na Praça Mauá no centro do Rio, chegar é muito fácil usando o VLT Carioca, o “Veículo leve sobre trilhos” que liga o Aeroporto Santos Dumont a Rodoviária. Chegando lá é só desembarcar na Parada dos Museus, não tem erro.
O museu funciona de terça a domingo das 10h a 18h, as bilheterias fecham a 17h. Os ingressos custam R$20,00 a inteira e podem ser comprados online ou na bilheteria. Na terça-feira a entrada é gratuita.
Site: museudoamanha.org.br
Dicas:
Vale muito visitar também o M.A.R. – Museu de Arte do Rio, do lado oposto ao Museu do Amanhã. A entrada conjunta para os dois museus custa R$ 32,00 a inteira. Vale lembrar que no último domingo do mês a entrada do M.A.R. é gratuita.
A melhor vista do Museu do Amanhã é da cobertura do M.A.R., não deixe de visitar o mirante dele.
Do lado do Museu do Amanhã, no Boulevard Olímpico tem vários food trucks com todo tipo de opção de comida e eu achei o preço bem honesto, ainda mais em um lugar tão turístico. A cerveja long-neck por R$ 8,00 e um sanduíche enorme de linguiça, rúcula, mostarda e queijo cheddar por R$ 20,00. É tão bem servido que dá até para dividir por dois.
No fim de 2019 uma nova atração foi inaugurada na mesma região, a Rio Star, a roda-gigante que já é o novo cartão postal da cidade e que vale muito a visita.
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