Fabricio Moura 
Não é exagero dizer que Sucre é a cidade mais bonita da Bolívia. Conhecida como “Cidade Branca”, é famosa por seu centro histórico bem preservado com todas as construções coloniais pintadas de branco. Neste artigo eu compartilho com vocês o meu roteiro com o que fazer em Sucre, na Bolívia.
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Talvez você não saiba, mas a Bolívia possui duas capitais. Sucre é a capital constitucional e a cidade mais importante da história boliviana, pois foi nela que o país se tornou independente em 1825. Já La Paz é a capital administrativa do país, é lá que ficam os poderes executivo e legislativo. Enquanto o judiciário, fica em Sucre. Por tanto, se você perguntar qual é a capital da Bolívia? Terá duas respostas! Sucre e La Paz!
O início de tudo!
A cidade foi fundada em 1538 pelos colonizadores espanhois e inicialmente Sucre foi chamada de “La Plata”, pois haviam muitas minas de prata na região. Aliás, a mina de Potosi (distante 155 km de Sucre) já foi a maior mina de prata do mundo. La Plata funcionou durante muito tempo como centro administrativo do Império Espanhol na Bolívia.
Mas a prosperidade e o domínio dos colonizadores começaram a sucumbir no início do século XIX, quando várias batalhas pela independência – não só da Bolívia – mas da América Latina aconteceram aqui.
Entretanto, um fato muito marcante não só para a Bolívia, mas para toda a região foi a revolta em Sucre (Revolução de Chuquisaca) contra o domínio espanhol em 1809, que é considerada um dos primeiros movimentos pró-independência do continente. A independência boliviana foi alcançada em 1825 e como homenagem ao líder da independência, Antonio José de Sucre, a cidade rebatizada como Sucre.
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Como chegar em Sucre
Sucre é uma das cidades mais turísticas da Bolívia, ao lado do Uyuni e Copacabana no Lago Titicaca. E ela recebe voos de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de La Sierra voando com a Boliviana de Aviación (BoA) e algumas rotas com a EcoJet, outra empresa aérea boliviana.
Saindo do Brasil, a rota mais comum é voando com a Boliviana de Aviación (BoA) a partir de São Paulo, fazendo uma conexão em Santa Cruz de la Sierra ou em Cochabamba. Já que ambas as cidades recebem voos diretos de São Paulo. O Aeroporto Alcantarí que atende Sucre fica distante quase 1 hora da cidade, o táxi é tabelado e custa 70 BOB a viagem.
Outra maneira mais comum e barata de chegar em Sucre é de ônibus. Existem saídas das principais cidades do país, como La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra. A rota mais comum é saindo de Cochabamba e Santa Cruz, uma viagem de 10 a 12 horas e custa a partir de 100 BOB. As passagens também podem ser compradas no site Tickets Bolívia que é bastante confiável.
Onde se hospedar em Sucre
Sucre possui uma excelente rede hoteleira, contudo, é interessante se hospedar nas proximidades da Plaza 25 de Mayo, onde fica o centro da cidade. Essa localização vai facilitar muito a sua vida e você conseguirá conhecer a pé todos os pontos citados neste artigo com o que fazer em Sucre.
Assim sendo, eu me hospedei no Hotel Boutique On, que funciona em um casarão espanhol com quase 300 anos de história e que possui apenas 9 quartos. Tudo é muito lindo, bem decorado e com atendimento exclusivo. O hotel possui até um spa para uso dos hóspedes, além de um dos melhores restaurantes da cidade.
O que fazer em Sucre
Plaza 25 de Mayo
A Plaza 25 de Mayo (Praça 25 de Maio) é o coração de Sucre e um excelente ponto de partida para você começar o seu roteiro com o que fazer em Sucre. A praça tem este nome para lembrar o 25 de maio de 1809, data da Revolução de Chuquisaca.
No entorno dela fica o Palácio Nacional, a Catedral Metropolitana de Sucre e a Casa de la Libertad, que vou falar mais deles a seguir.
A praça tem aquele ambiente de cidade do interior, com vendedores de algodão doce e suco de laranja natural, que é muito tradicional em Sucre. Por todos os lados vemos crianças brincando e músicos de rua. Durante a noite a praça fica cheia, uma energia muito bacana.
Palácio Nacional e Mirador de la Mansarda
A minha primeira parada foi no Palácio Nacional, uma construção incrível construída em 1892 e que foi a primeira sede do governo boliviano após a independente em 1825. O palácio foi a sede do governo até a capital administrativa do país ser transferida para La Paz. Uma construção lindíssima em estilos barroco e clássico e que hoje abriga algumas secretarias da prefeitura de Sucre.
A visita ao palácio é bem bacana, contudo, o mais interessante é o mirador no seu terraço, o Mirador de la Mansarda. De lá temos uma vista sensacional do centro histórico de Sucre com todas as construções brancas. Igrejas coloniais lindíssimas com suas torres imponentes, como a Catedral Metropolitana. Além de uma vista linda da Plaza 25 de Mayo.
A visita ao mirador custa 15 BOB e você pode visitar também algumas áreas comuns do prédio. O mirador fica aberto das 9h ao meio-dia e das 14h às 17h.
Catedral Metropolitana
A Catedral Metropolitana fica exatamente ao lado do Palácio Nacional, certamente uma das construções mais imponentes de Sucre. Esse colosso começou a ser construído em 1559 e levou mais de duzentos anos para ficar pronta! E isso explica a mistura de diferentes estilos arquitetônicos, como o barroco e o renascentista.
Infelizmente eu não consegui visitar a Catedral Metropolitana, já que ela estava fechada todos os dias que eu estive em Sucre, mas dentro dela funciona também um importante museu de arte sacra.
Casa de la Libertad
A Casa de la Libertad (Casa da Liberdade) funciona em um magnífico casarão onde Simón Bolívar, ao lado de outras lideranças como Antonio José de Sucre, proclamou a independência da Bolívia em 1825. O lugar é tão importante para a história boliviana que a Casa de la Libertad é considerada “tesouro nacional boliviano”.
A visita é guiada e os guias falam espanhol ou inglês e toda a história da independência da Bolívia e também dos países vizinhos é contada durante a visita. Passamos por salões repletos de antiguidades e objetos históricos.
A casa fica aberta de segunda à sexta das 8h30 às 12h30 e depois das 14h30 às 18h30. Sábado e domingo ela abre das 9h às 13h. As visitas guiadas acontecem de hora em hora. A entrada custa 30 BOB.
Convento de São Felipe Neri
O Convento de São Felipe Neri era o lugar que eu mais tinha vontade de conhecer em Sucre. Ele foi construído entre os séculos XVIII e XIX pelos padres da ordem de São Felipe Neri para mostrar o poder da igreja católica para as populações originárias. Em outras palavras, catequizar o povo indígena que já habitava a região há séculos.
Contudo, deixando de lado a questão colonial, o Convento de São Felipe Neri é uma das construções mais bonitas e emblemáticas de Sucre.
A fachada do convento é simples, mas esconde um tesouro inestimável com seus pátios amplos, salões, capelas e uma igreja decorada com imagens religiosas e belos altares. Mas sem dúvidas, o grande destaque da visita é o seu terraço.
Que além de possibilitar uma visão muito única do convento, lá de cima temos uma vista panorâmica sensacional de Sucre, com os telhados coloniais e montanhas ao fundo. Por isso o Convento de São Felipe Neri era o lugar que estava entre os top 5 da minha lista e não decepcionou.
Como o convento funciona também como um colégio católico, as visitas acontecem no período das tarde, depois das aulas, de segunda à sexta das 15h às 18h e aos sábados das 9h às 18h. O acesso acontece pela entrada do Colégio Auxiliadora (Calle Nicolas Ortiz, 165) e custa 17 BOB.
Mirador de la Recoleta
O Mirador de la Recoleta era outro lugar que eu queria muito conhecer em Sucre, pois lá de cima temos uma vista ampla de grande parte da cidade.
Este mirador faz parte de um grande complexo histórico e cultural que inclui o Convento de La Recoleta, e daí vem o nome dele. O convento foi fundado no século XVII pela Ordem Franciscana, sendo este mais um local de grande importância histórica e religiosa.
O lugar possui uma enorme praça rodeado de construções históricas e o mirador fica em um grande pátio adornado com arcos coloniais.
Eu fui caminhando do meu hotel até lá, uma de apenas 600 metros! Mas é preciso levar em consideração que Sucre está localizada a 2.750 metros e isso significa que para quem não está acostumado, vai sentir o soroche sim! Mas a vista e a beleza do lugar vale a pena. Ah, e pra visitar o Mirador de la Recoleta não paga nada!
Parque Simón Bolívar
Viajando pela América do Sul, o que você mais verá são praças e parques que levam o nome de Simón Bolívar, já que ele foi o grande libertador da maioria dos países da região. E em Sucre não seria diferente.
O Parque Simón Bolívar fica bem próximo ao centro da cidade. Uma enorme área verde, ótima para descansar e observar o vai e vem da vida cotidiana em Sucre.
Entretanto, definitivamente o que chama atenção no parque é a “Torre Eiffel de Sucre”. Uma obra de Gustav Eiffel, ele mesmo! O mesmo que projetou e construiu a torre parisiense, o monumento mais visitado do mundo.
Contudo, diferente do que muita gente diz, ela não é uma réplica em escala menor da torre francesa, mas apenas… uma torre de Sucre.
A torre foi encomendada pelo Instituto Médico Sucre para estudos e observações meteorológicas em 1906 e foi entregue em 1908 e inaugurada em 1909. Em 1925 ela foi transferida para o Parque Simón Bolívar em comemoração ao centenário da independência boliviana.
Mercado Central de Sucre
Não existe lugar melhor para conhecer os hábitos de um povo, que conhecer o seu mercado central. E o de Sucre acabou se tornando um ponto turístico da cidade em razão da autenticidade e originalidade dele.
O Mercado Central de Sucre fica no centro da cidade, recomendo muito a visita para conhecer um pouco mais desse pedacinho único da Bolívia.
