La Cabaña

A região de Habana Vieja, a parte antiga da capital cubana é cheia de fortes e fortalezas da época da colonização espanhola e que serviam para defender a entrada da Baía de Havana. Muitas podem ser visitadas, mas certamente a melhor delas fica do outro lado do canal da baía, a Fortaleza de San Carlos de La Cabaña.

La Cabaña foi construída depois que a Fortaleza de los Tres Reyes Magos del Morro foi invadida. Essa que fica logo abaixo de La Cabaña, logo na entrada do canal e tem esse farol enorme.

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Fortaleza de los Tres Reyes Magos del Morro

La Cabaña foi inaugurada em 1774, demorou 11 anos para ficar pronta, o que é um tempo muito curto considerando o tamanho dela e a época. Mas aí vem o lado negro da história: os espanhóis usaram mão de obra dos centenas de prisioneiros mexicanos, escravos vindos da África e indígenas também escravizados.

Durante o funcionamento, cerca de 1300 soldados permaneciam ali, mas a fortaleza podia abrigar até 6 mil soldados em caso de guerra ou invasões iminentes.  É maior fortificação desse tipo no continente americano e de lá a gente consegue ter a melhor vista de Havana.

Vista de Havana
Vista de Havana
Malecón
Malecón
Habana Vieja
Habana Vieja

Conseguimos ver boa parte do Malecón, toda Habana Vieja e a região do cais com o vai e vêm dos navios de cruzeiro que agora podem aportar em Cuba.

O bacana de passear por La Cabaña é explorar as muralhas em meio aos canhões que defendiam o lugar, é de onde temos as melhores vista. Falando em canhões, eles são mais de 120 e na época em que a fortaleza estava ativa, eles tinham munição o suficiente para um ano de guerra.

Muitos canhões
Muitos canhões
Se liga nos detalhes do canhão
Se liga nos detalhes do canhão
Muralha principal da fortaleza
Muralha principal da fortaleza
Mais canhões
Mais canhões

Por isso a gente vê tantas bolas de canhão espalhadas pela fortaleza como artigos de decoração.

La Cabaña é para ser explorada com calma, entrando em cada uma das ruelas, muralhas e salas. E foi andando pela fortaleza que chegamos a um cantinho bem escondido de onde pudemos testemunhar um pedaço muito importante da história recente do país.

No meio do mato alto vimos os famosos mísseis soviéticos que foram os responsáveis pela Crise do Mísseis de Cuba e que por um triz não foram usados em uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e URSS nos anos 60.

Os mísseis russos (agora desativados) continuam apontados para os EUA
Os mísseis russos (agora desativados) continuam apontados para os EUA

Se você não sabe do que se trata, vale ler esse post do História do Mundo (clique aqui).

De forma resumida: depois da revolução Cubana em 1959 o país rompeu laços com os EUA, que apoiavam o antigo governo e nos anos 60 Cuba aderiu ao comunismo, ficando super amiguinha da União Soviética.

Mais mísseis
Mais mísseis

Os soviéticos que de bobos não tinham nada, mandaram uma grana boa para os cubanos deixarem que eles instalassem mísseis nucleares em Havana, de modo que em uma guerra, esses mísseis conseguiriam atingir Washington em apenas 13 minutos.

Foi aí que o caldo entornou e depois de dias de tensão e aviões espiões americanos derrubados (cujo os restos estão no Memorial Gramna), os Estados Unidos e a URSS entraram em acordo. Os soviéticos desativaram os mísseis em Cuba e os americanos fizeram o mesmo na base que eles tinham na Turquia.

O Cañonazo

No fim do dia acontece uma encenação militar, como acontecia séculos atrás, inclusive com disparo de canhão em direção a Havana – o Cañonazo – mas fica tranquilo que o disparo não atinge a cidade. Uma dica é ir para a Fortaleza perto do fim do dia para apreciar o pôr do sol e aguardar pela encenação, que acontece por volta das 21h.

Mais canhões
Mais canhões
Vias da parte interna da fortaleza
Vias da parte interna da fortaleza
Um pátio meio escondido
Um pátio meio escondido e nos fundos deles achamos os mísseis russos
Bolas de canhão "decorando" tudo
Bolas de canhão “decorando” tudo
Antigos alojamentos
Antigos alojamentos
La Cabaña vista de Havana
La Cabaña vista de Havana

Como chegar a La Cabaña


Apesar de pertinho de Habana Vieja, o acesso é só por automóveis por um túnel por baixo do canal de entrada da Baía de Havana. O melhor a fazer é pegar um taxi em Habana Vieja, o que vai custar entre 5 e 7 CUCs (entre 5 e 6 dólares).

O lugar é tão grande que a gente gasta facilmente umas 3 horas andando por todo complexo. No forte também funciona um museu, mas nem perca seu tempo, é fraco e pouco interessante.

A entrada custa 6 CUCs (6 dólares).


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