Fundada em 1579 por Tomé de Souza, Salvador foi a primeira capital colonial do Brasil. Sede do Governo Português no novo mundo, também foi um dos principais mercados de escravos do continente sul americano. Hoje a cidade ainda preserva suas heranças, a cultura negra vinda dos antepassados africanos e a arquitetura do reinado português. Neste roteiro no centro histórico de Salvador, fazemos uma verdadeira viagem no tempo. De rua em rua, de ladeira em ladeira.
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O roteiro no centro histórico de Salvador é um passeio agradável e obrigatório para quem visita a capital baiana. Mesmo para quem estiver de passagem a caminho das praias e ilhas, vale a pena dedicar uma tarde para percorrer estas ruas cheias de história.
Neste post com o roteiro no centro histórico de Salvador, eu explico também como fazer o passeio e, claro, dicas de segurança em Salvador.
Entretanto, antes de aprofundar neste roteiro, recomendo ler os posts abaixo com dicas para ir do aeroporto até a sua acomodação e onde ficar em Salvador.
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Onde ficar em Salvador: melhores bairros e hotéis
Barra, Ondina e Rio Vermelho: o que fazer e como visitar
Roteiro no centro histórico de Salvador
Comece o seu roteiro no centro histórico de Salvador na Praça do Mercado, na parte baixa da cidade. De um lado temos o Centro Náutico (Terminal Turístico Náutico da Bahia), de onde saem os barcos para Morro de São Paulo e Ilha de Itaparica, e do outro lado fica o Mercado Modelo.
O mercado foi construído em 1912, passou por uma extensa reforma nos anos 80 após sofrer com vários incêndios. A construção imponente no meio da praça é cheia de barraquinhas para venda de artesanato local. No segundo andar ficam dois restaurantes que dividem o amplo salão com ares de teatro antigo. Uma varanda curva oferece aos visitantes uma vista agradável da Baía de Todos os Santos e o vai e vem de passageiros no terminal náutico ao fundo.
Atravessando a Praça do Comércio fica o icônico e imponente Elevador Lacerda. Considerado o primeiro elevador urbano do mundo, foi inaugurado em 1872 com o objetivo de fazer a rápida ligação entre a Cidade Baixa e a Praça Tomé de Sousa, na cidade alta. O elevador passou por uma renovação em 2013 quando foi modernizado, ganhando novas cabines, mas sem perder os seus contornos art-deco.
Com 73 metros de altura, o elevador faz a viagem em cerca de 20 segundos ao custo de 15 centavos. É a maneira mais rápida e prática de transitar entre as duas partes da cidade.
E ao desembarcar na Cidade Alta de Salvador, temos uma das mais belas vistas da cidade. O mirante ao lado do Elevador Lacerda revela toda a beleza da Baía de Todos os Santos. Sabem aquela vista de cartão postal de Salvador, a mesma que ilustra a capa deste post? Ela é feita no mirante ao lado do Elevador Lacerda.
Também localizado na Praça Tomé de Sousa, o Palácio Rio Branco chama a atenção por conta da belíssima arquitetura, a construção atual é de 1919, entretanto o palácio remota ao ano de 1549. O antigo palácio do Governo da Bahia hoje é um museu que já foi a sede do governo português no Brasil.
Seguindo pelo lado esquerdo, bastam alguns metros para chegar a Praça da Sé, com uma imponente estátua de Zumbi dos Palmares, a praça é cheia de barraquinhas vendendo artesanato, acarajé, cocadas e percussionistas do Olodum convidando os visitantes a batucada.
Pouco adiante chegamos a Catedral Basílica de Salvador, localizada no Largo do Terreiro de Jesus, a igreja foi inaugurada em 1648. Uma das mais monumentais e antigas igrejas do Brasil colonial, tem seu interior ricamente decorado em ouro, prata e móveis de jacarandá. Visita obrigatória, a entrada custa 5 reais, entretanto, ainda não é a igreja mais impressionante de Salvador, mas já estamos chegando lá.
Seguindo pelo Terreiro de Jesus, passamos ao lado da Igreja de São Domingos Gusmão e entramos no Largo do Cruzeiro de São Francisco. Nesta região de Salvador, a gente praticamente sai de uma igreja e entra em outra. Mas aqui a grande atração é a Igreja e Convento de São Francisco.
Construída entre os séculos 17 e 18, a igreja é considerada pelo IPHAN como uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo. A fachada relativamente simples revela o interior mais belo de todas as igrejas de Salvador. Logo na entrada, milhares de azulejos portugueses do século 18 contam a história do nascimento de São Francisco.
Mas é entrando na grande nave que ficamos sem palavras. Tudo, absolutamente tudo reluz a ouro. Não é atoa que os guias a batizaram de “igreja de ouro” ou “igreja doourada”. Tanta ostentação tinha um objetivo, era a igreja frequentada pelos membros da nobreza portuguesa no período colonial. A entrada da Igreja e Convento de São Francisco custa 5 reais.
Saindo da igreja é quando mergulhamos realmente no Pelourinho. Considerado Patrimônio da Humanidade desde 1985, o Pelô, tem o maior conjunto arquitetônico do período colonial mais bem preservado da América Latina.
Ladeira abaixo, passamos pelos famosos casarões que abrigam lojas, oficinas de arte, restaurantes, bares, cafés, pequenos centros culturais e museus. O calçamento de pedras, conhecido como pé de moleque, faz com que os visitantes diminuam o ritmo. Devagar e observando o colorido das casas, chegamos ao Largo do Pelourinho, o mais famoso cartão postal do centro histórico de Salvador.
O imponente casarão azul que abriga a Fundação Casa de Jorge Amado mira o horizonte ladeira abaixo. Emoldurado pelas casas antigas, muitas com suas paredes descascadas, o que confere um charme a mais, este é o coração do Pelourinho.
Ao lado fica o famoso balcão onde Michael Jackson fez uma aparição durante a gravação de They Don’t Care About Us. Achar a varanda é fácil, o pôster com a foto do cantor e a música tocando em looping contínuo desde 1995 atrai os visitantes até o lugar. Um microcosmo que parou no tempo há 25 anos, dentro de um universo de arquitetura portuguesa que se mistura com a tradição negra herdada dos povos que vieram da África e tiveram seu sangue derramado entre as pedras do pelourinho.
Dicas de segurança em Salvador
Quando planejava a minha viagem para Salvador, não faltaram conselhos de pessoas que já haviam visitado ou cidade, ou que eram de Salvador. Eu digo que, sim, precisamos ter certos cuidados, mas nada muito diferente do que em qualquer lugar do Brasil e em muitos cantos do mundo.
Salvador é uma cidade turística e em lugares muito visitados, como o centro histórico, infelizmente é normal que aconteçam pequenos furtos. Contudo, em 4 dias na cidade eu não vi nenhum caso de roubo ou furto.
Entretanto, existe o assédio pesado com o visitante. Basta sair no Elevador Lacerda para ser bombardeado por um grupo oferecendo passeios, guias e fitinhas “grátis” do Senhor do Bonfim. Andamos alguns passos e aparecem as baianas com suas roupas vistosas se oferecendo para tirar uma foto ou um pequeno grupo querendo fazer as pinturas da timbalada em nossos braços. Entenda que não existe cafezinho grátis, estas ofertas vão te custar alguma coisa e algumas envolvem pequenos golpes. Recuse, e eles não insistirão.
Não fique com o telefone celular na mão e não entre nos becos paralelos do Pelourinho, especialmente à noite. É uma dica em tom de alerta que todo mundo te dá em Salvador. Mas também não precisa andar com medo, não estamos falando de uma zona de guerra.
Vale a pena se hospedar no Pelourinho?
Se você quer se hospedar perto das praias de Salvador, o Pelourinho não é o lugar ideal. A praia mais próxima é a do Farol da Barra, distante 8 km. Não é muito longe, mas o trânsito de Salvador não ajuda.
A vantagem de se hospedar no Pelourinho é a localização privilegiada, fácil acesso para quem vem do aeroporto e também para quem deseja ir para Itaparica e Morro de São Paulo. Além de ficar dentro das maiores atrações turísticas da cidade, o que facilita demais o passeio.
Falando em hospedagem, o Bahiacafé Hotel é um hotel pequeno e charmoso com cara de pousada. Localizado em uma das melhores áreas do centro histórico, o hotel é perfeito para relaxar e aproveitar tudo o que a região tem para oferecer e tem diárias a partir de R$250.
Não distante fica o Hotel Casa do Amarelindo, outro hotel com carinha de pousada. Super confortável, o hotel tem uma bela vista da Baía de Todos os Santos, quartos confortáveis e um ótimo café da manhã.
Mas se você não quer errar, a dica de onde ficar no Pelourinho é o Hotel Villa Bahia. Igualmente lindo e com aquela carinha de pousada que combina muito bem com o clima do centro histórico de Salvador. Um hotel 4 estrelas e que tem diárias a partir de R$350 o casal.
Se você busca se hospedar em um verdadeiro palácio do século passado, mas com o melhor do conforto que Salvador pode oferecer, escolha o Fera Palace Hotel.
O hotel fica pertinho do Elevador Lacerda, tem quartos luxuosos, uma vista linda para a Baía de Todos os Santos e com direito a piscina. E todo esse luxo custa pouco, o Fera Palace Hotel tem diárias a partir de R$500 o casal. E não distante dele, fica o Hotel Fasano, um dos marcos da hotelaria local. Ideal para quem procura muito conforto e acomodações exclusivas.
Passeios em Salvador
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O ano de fundação da cidade está errado! Salvador foi fundada em 1549.