Você já pensou em percorrer todas as ruas da capital de um país em menos de um dia? Em Malta isso é perfeitamente possível. Estamos falando de Valletta, a menor capital da Europa. E neste post eu conto para vocês o que fazer em Valletta.
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A menor capital da Europa é também uma das cidades mais pitorescas desta parte do velho continente. Olhando a distância, Valletta parece uma formação rochosa cor de ocre prestes a mergulhar no azul do Mar Mediterrâneo.
Naquele pequeno pedaço rochoso vivem cerca de 6 mil pessoas. Da entrada da cidade até o seu extremo, no Forte St.Elmo, a distância é de pouco mais de 1 km.
Valletta ocupa a ponta de uma das penínsulas que formam a costa recortada da ilha de Malta. A cidade é considerada Patrimônio Mundial da Unesco desde 1980, por ser a cidade com a maior densidade histórica do mundo. São 320 monumentos tombados nesta pequena área de 55 hectares.
Valletta foi uma cidade planejada, uma das primeiras do gênero no mundo. Ficou pronta em 1568 e assim como As Três Cidades de Malta, foram fundadas pelos Cavaleiros da Ordem de Malta, que na história também são chamados de Cavaleiros de São João. Uma ordem criada em Jerusalém em 1050, que em 1530 ocuparam o território maltês para defender a ilha dos ataques otomanos. Inclusive eu já contei essa história aqui.
Embora seu território seja diminuto, há muito o que fazer em Valletta.
O que fazer em Valletta
Comece o seu roteiro em Valletta na entrada da cidade, na belíssima Fonte Tritton. A obra é nova, apesar da carinha de antiga, mas tudo em Valletta é feito para não destoar do histórico.
E como você vai perceber, todos os prédios têm a mesma cor. Tudo em Malta é construído com pedra calcária, por isso todas as edificações possuem a mesma cor. O que quebra essa monocromia são as portas e balcões coloridos, uma das características de Malta.
Os balcões foram adotados no século 18, só as casas dos mais ricos os tinham, já que em uma ilha quase sem árvores, a madeira era um luxo. E quantos mais balcões, mais importante era aquela família. Sabem como é, aquela ostentação básica. Hoje os balcões estão sendo restaurados com incentivo do governo.
Seguimos em frente e atravessamos a ponte da fortificação que envolve a entrada de Valletta e pisamos, de fato, nas antigas ruas da cidade. A Rua da República a frente vai se desdobrando e revelando lugares como o moderno Edifício do Parlamento de Malta e ao lado dele a Casa da Ópera. Parece em ruínas – de certa forma está – já que a obra de 1873 foi parcialmente destruída durante os bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Mas o lugar ganhou ares de anfiteatro a céu aberto e sempre tem um espetáculo em cartaz.
Mais alguns passos adiante e chegamos a uma das mais interessantes atrações, e que não pode ficar de fora do seu roteiro com o que fazer em Valletta, a Catedral de São João.
Inaugurada em 1577, a catedral é uma das construções mais impressionantes da ilha. Por fora, nem tanto, mas o seu interior ricamente ornado deixa qualquer um boquiaberto. Colunas ricamente decoradas com peças de ouro, piso de mármore e uma enorme pintura de Caravaggio, “Decapitação de João Batista”. Uma das mais importantes obras do pintor italiano que morou por um tempo em Malta.
Falando em igrejas, Malta também tem uma das maiores concentrações de templos religiosos por metro quadrado. E perto dali fica a Catedral de São Paulo Anglicano. Sabe aquela belíssima cúpula que vemos na maioria das imagens panorâmicas de Valletta, é ela mesma. Mais nova que a Catedral de São João, a Catedral de São Paulo Anglicano data de 1844. Vale muito entrar para conhecer um pouquinho dela.
E nesta mesma rua fica o Teatro Manoel, um dos mais antigos da Europa, foi aberto em 1731 como a primeira fonte de entretenimento dos ricos abastados de Valletta. O teatro é pequeno e acolhedor, tão discreto que eu passei na frente dele duas vezes sem saber.
De volta a rua principal, em meio a charmosos restaurantes e cafés, passamos pela belíssima Biblioteca Nacional de Malta, que tem uma passagem suspensa direto até o Palácio do Grão Mestre.
O Palácio é a sede do governo, um dos lugares mais visitados do país. O palácio foi erguido para ser a residência dos Cavaleiros da Ordem de Malta, os fundadores da cidade.
E o mais impressionante é que apesar de ser a sede do governo, o palácio pode ser visitado livremente. Entretanto eu não consegui visitar, pois durante a minha viagem estava acontecendo uma série de reuniões com outros chefes de estado. Porém, a entrada custa 12 euros e dizem que vale muito a pena a visita.
Seguindo em frente já nos aproximamos do mar, ali fica o Forte St. Elmo e o Museu Nacional da Guerra. Uma das primeiras construções de Valletta, o forte data de 1552 e claro, sua função era defender a cidade e o cobiçado porto dos invasores.
Foi nele que aconteceu o Cerco de Malta, quando os turcos cercaram o forte e o bombardearam por mais de 30 dias. Também foi um dos símbolos da resistência maltesa durante a Segunda Guerra Mundial, contra os ataques da Força Aérea Real Italiana de Mussolini do Partido Nacional Fascista, aliado de Hitler.
Seguindo pela beira mar chegamos ao Siege Bell War Memorial, ou o Sino de Valletta. A obra é nova, foi inaugurada em 2015 pelos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A vista dele e a partir dele é muito bacana.
Atravessando a rua, chegamos ao Lower Barrakka Gardens, uma antiga construção militar que foi transformada em jardim. De onde temos uma belíssima vista das Três Cidades de Malta.
Contudo, o seu irmão maior, o Upper Barrakka Gardens é o mais famoso de todos. Separados a uma curta distância, é lá que acontece a salva diária de tiros de canhão. Todos os dias ao meio dia e às 16h acontece uma cerimônia e um disparo é realizado em direção às Três Cidades de Malta e ao porto. Mas calma, o tiro é de festim.
Assim como o Lower, o Upper Barrakka Gardens era uma instalação militar que foi transformada em um belíssimo jardim. As antigas colunas permanecem preservadas, sendo um dos lugares mais bonitos de Valletta.
Todavia, ali fica também o elevador que desce até a parte baixa de Valletta e de onde pegamos o ferry até as Três Cidades de Malta. Eu já falei delas aqui, e vale muito a visita.
Aprecie sem moderação
Valletta é uma cidade muito interessante, além dos pontos turísticos, o bacana é andar pelas ruas e vielas sem compromisso. Descobrindo cantinhos novos e cenários inesperados em cada esquina.
E ao cair da noite, as ruas são iluminadas com pequenas lâmpadas, que trazem aconchego. Um convite a sentar em um restaurante, pedir um vinho e apreciar atmosfera antiga da cidade.
Confesso que a primeira vista Valletta não me encantou, achei a cidade um pouco mal cuidada, diferente das Três Cidades de Malta e de Mdina. Mas aos poucos eu fui gostando e na semana em que eu estive em Malta, estive em Valletta em praticamente todos os dias.
Vídeo da viagem
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Eu escrevi um post super detalhado com dicas de onde ficar em Malta, onde eu explico onde ficar em Valletta e quais cidades ficar nos arredores da capital. Recomendo a leitura.
Quando eu estive em Malta, optei por ficar em Sliema. Eu me hospedei no Sliema Hotel by ST Hotels. O hotel tem um bom custo benefício, uma vista sensacional do quarto, o que para mim foi o ponto alto do hotel, assim como a cordialidade dos funcionários.
Nesta mesma região, com as mesmas facilidades de acesso e ótima vista, fica o The Waterfront Hotel. É uma acomodação padrão 4 estrelas com ótimo custo benefício. Ao lado dele e com preço mais em conta fica o Hotel Kennedy Nova em Gzira.
Se você quer ficar no coração de Valletta e com estilo e conforto, recomendo o Palazzo Prince d’Orange. Um verdadeiro palácio do século 17. Outro “pallazo” e com preço excelente é o Palazzo Paolina Boutique Hotel, bem no coração de Valletta.
Ainda em Valletta, outras opções que você pode confiar são a belíssima Casa Ellul, o Ursulino Valletta que tem uma belíssima vista para as Três Cidades e o Grand Hotel Excelsior, outro hotel que não tem como errar.
Dicas para organizar a sua viagem
Como ir do aeroporto de Malta até o centro da cidade
Como andar em Malta usando o transporte público
Dicas e Roteiro em Malta
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