Por séculos, a cidade foi a capital da Polônia. Escapou quase ilesa da Segunda Guerra Mundial, mas presenciou os horrores de Auschwitz bem de perto. Renasceu como reduto cultural e intelectual. Sua beleza atrai milhares de pessoas todos os anos e vai atrair você também. Veja aqui o que fazer em Cracóvia, essa pérola polonesa.
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Antes do pouso no Aeroporto Internacional João Paulo II, a aeronave faz uma curva sobre Cracóvia. O procedimento de pouso padrão para a cabeceira da pista do aeroporto já mostra uma cidade linda lá embaixo. Casinhas antigas com seus telhados vermelhos e igrejas com suas altas torres, arrisco dizer que as ruas estão cheias nesta primavera.
Cracóvia é a cidade mais visitada da Polônia e o que atrai tanta gente é o seu centro histórico ricamente preservado, as igrejas belíssimas, castelos e… o antigo campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau.
Mas Cracóvia tem mais a oferecer para quem, assim como eu, não queria visitar Auschwitz e isso é o mais bacana dessa cidade incrível.
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O que fazer em Cracóvia
Cidade Velha (Stare Miasto)
Comece o seu roteiro por Cracóvia explorando as ruas da Cidade Antiga, a Stare Miasto. As principais atrações da cidade ficam dentro dessa área, como a Praça do Mercado Principal, a Basílica de Santa Maria, o Castelo de Wawel, Barbican, St. Florian’s Gate e a Torre da prefeitura.
O bacana aqui é se perder nas ruelas e becos, admirando cada cantinho, cada detalhe. Todas as manhãs os grupos de Free Walking Tour partem da Praça do Mercado Principal e percorrem as ruas da Cidade Velha. É uma ótima maneira de descobrir mais da história e cultura de Cracóvia.
Praça do Mercado Principal
A praça é o coração de Cracóvia, é ali que fica a belíssima Basílica de Santa Maria e a Torre da prefeitura. A praça é imensa, sempre cheia de gente e de eventos culturais acontecendo nos finais de semana. Um ótimo lugar para comer nas barraquinhas de comidas típicas.
Basílica de Santa Maria
Em um dos cantos da Praça do Mercado fica a Basílica de Santa Maria, uma obra do século 14 que já impressiona do lado de fora com suas torres assimétricas de tijolos. Mas é quando entramos nela que ficamos literalmente de queixo caído. O interior multi colorido, ricamente ornamentado em ouro e com móveis de mais de 500 anos de idade.
Mas o deslumbre maior é quando olhamos para cima. O teto abobadado é estrelado, de um azul profundo salpicado de estrelas douradas. Não é exagero dizer, mas foi a igreja mais linda que eu já entrei.
A Basílica de Santa Maria foi construída no lugar de uma antiga igreja destruída no século 13 pelos Tártaros que invadiram a cidade. Uma torres é mais alta que a outra, a razão é que a torre mais alta (com uma coroa) servia de ponto de observação para prevenir os chegada dos invasores.
Mas existe uma outra lenda que explica a diferença de tamanho das torres. Dizem pelas ruas de Cracóvia, que as torres eram construídas por dois irmãos, e os caras eram muito competitivos. Quando um percebeu que a torre do outro estava ficando maior, ele matou o irmão para ganhar a disputa entre eles.
Veja o link completo sobre a basílica e como visitar
Torre da prefeitura
No canto oposto da Praça do Mercado fica a Torre da prefeitura, é o que sobrou da antiga prefeitura de Cracóvia. Apesar do prédio principal não existir mais, a torre século 14 é uma das estrelas da cidade velha.
Com seus 75 metros de altura, a torre pode ser visitada. São 110 degraus até o topo, o ruim é que não temos uma vista ampla da cidade. Temos que nos contentar com a vista de pequenas janelas. É de onde eu fiz a foto abaixo.
Mesmo assim, vale a pena subir para ver um pouquinho da cidade de cima. E de quebra você ainda pode carimbar o seu passaporte.
St. Florian’s Gate
Saindo um pouquinho da Praça do Comércio chegamos ao St. Florian’s Gate, uma torre de pedras do século 14 que fazia parte do complexo da cidade fortificada. Assim como todas as cidades medievais, Cracóvia também tinha a sua muralha. Restou pouco dela e o St. Florian’s Gate é a parte mais importante desse antigo portão de acesso.
Barbican
Atravessando o St. Florian’s Gate ficamos frente a frente com a Barbican, mais um pedacinho do antigo sistema de defesa de Cracóvia. Uma construção circular muito bem preservada que se parece um pequeno castelo. Quando eu estive em Cracóvia ela estava fechada para a visitação, mas acho que deve ser mais bacana admirar a Barbican do lado de fora.
Planty Park
Como eu comentei acima, Cracóvia era uma cidade fortificada. Hoje, as muralhas não existem mais, no lugar dela, existe o Planty Park. Um imenso parque que circula todo a Cidade Velha.
Basta olha no mapa para ver o enorme anel verde que abraça a Stare Misto. O parque é lindo, um lugar ótimo para passear e fazer um piquenique na grama, algo que os poloneses fazem diariamente.
Castelo de Wawel
Em uma das extremidades da Cidade Velha e na margem do Rio Vístula fica o belíssimo Castelo de Wawel. Considerado um dos símbolos da Polônia e um dos castelos mais emblemáticos da Europa. Sua história remonta ao período Paleolítico, quando a colina onde ele se encontra já era ocupada.
A residência em estilo gótico foi construída milhares de anos depois para abrigar a Família Real da Polônia. Foram tantas transformações durante os séculos seguintes, que o castelo é uma mistura de arquitetura gótica com o estilo renascentista. Uma mistura que deu muito certo e para coroar esta jóia, a magnífica Catedral de Wawel fica bem no meio do complexo.
Mas em um país que passou por tantas coisas como a Polônia, o Castelo de Wawel também sentiu as transformações. Foi abandonado quando a capital do país foi transferida para Varsóvia, saqueado pelo exército do Reino da Prússia, ocupado pela Áustria e durante a Segunda Guerra Mundial, foi tomado pela administração nazista de Adolf Hitler. Com o fim da guerra, o país passou para o controle da antiga União Soviética e só com a libertação total do país nos anos 90 que o Castelo de Wawel foi totalmente restaurado e abriu suas portas para os visitantes.
O Castelo de Wawel é uma visita imprescindível para quem vai a Cracóvia. Mesmo que você não queira visitar os palácios, é possível passear pela parte externa do castelo, como pátios e mirantes sem pagar nada.
Bairro Judeu
Podgorze, o bairro judeu de Cracóvia começa praticamente ao lado do Castelo de Wawel. O bairro guarda uma das mais tristes histórias da Segunda Guerra Mundial. Ele foi criado pelo regime nazista em 1941 para servir de gueto para os judeus e assim, “limpar” o centro da cidade e os bairros mais nobres.
E estando no gueto, as chances de ser preso e levado para o antigo campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau era quase uma certeza.
O bairro ainda é o reduto da comunidade judaica de Cracóvia, as mais importantes sinagogas da cidade ficam lá, assim como muitos restaurantes e lojinhas da comunidade. Atravessando o Rio Vístula fica um dos pontos mais marcantes dessa história, a praça Bohaterów. Era lá que os judeus eram selecionados para serem levados ou não para Auschwitz.
Leia mais sobre o Bairro Judeu
Fábrica de Oskar Schindler
Se você assistiu ao filme A Lista de Schindler de 1993 – vencedor do Oscar de Melhor Filme – vai saber do que eu estou falando. A Fábrica de Oskar Schindler ainda existe e fica ao lado do Bairro Judeu e pode ser visitada.
Oskar Schindler era um industrial alemão que produzia artefatos de guerra para os nazistas e com sua influência conseguiu salvar a vida de mais de 1.200 judeus ao empregá-los na sua fábrica. Schindler produzia projéteis para o exército nazista, mas orientava que alguns lotes fossem defeituosos, para que não funcionasse e assim, conseguissem poupar mais vidas.
Auschwitz-Birkenau
Certamente um dos capítulos mais tristes do século passado aconteceu no campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau. Distante cerca de 70 km de Cracóvia, foi em Auschwitz que mais de um milhão de judeus foram exterminados durante o holocausto. No total, mais de seis milhões de judeus foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial, no maior genocídio do século XX.
Auschwitz I foi construído em 1940 para receber prisioneiros poloneses, mas logo virou campo de concentração. Auschwitz II (Birkenau) foi construído logo em seguida, para ser o campo de extermínio de judeus. Era lá que ficavam as temidas câmaras de gás.
Eu não quis visitar Auschwitz, sou de origem judaica e isso dói demais. Há alguns anos eu visitei o Campo de Concentração de Dachau na Alemanha e entrei em uma câmara de gás, foi uma das experiências mais pesadas que eu já tive.
Mas se você quiser visitar Auschwitz, o passeio pode ser comprado em algumas pequenas agências de viagens de Cracóvia, ou nos links que eu vou deixar no final deste post. O blog Viajante Móvel tem um post bem interessante mostrando como é a visita, recomendo a leitura.
Minas de sal de Wieliczka
Visitar as Minas de sal de Wieliczka é um dos passeios mais legais que você pode fazer nos arredores de Cracóvia. Declaradas como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO no fim dos anos 70, mas minas são exploradas desde o século 13.
Um conjunto de túneis, galerias, capelas e imensos salões a uma profundidade de 327 metros e com mais de 300 quilômetros de comprimento. O que rendeu às Minas de sal de Wieliczka o título de “Catedral Subterrânea da Polônia”.
O passeio mais bacana percorre cerca de 4km pelos túneis e galerias, eu pensei que seria algo claustrofóbico, mas não é. Os espaços são na sua maioria tão amplos, que mal temos a sensação de estar embaixo da terra.
O passeio termina na Capela de St. Kinga, uma das obras mais impressionantes onde tudo, absolutamente tudo, é esculpido em sal.
A melhor maneira de visitar as Minas de sal de Wieliczka é contratando um tour. No final desse post eu vou deixar os links para comprar os passeios.
Vídeo
Confiram o vídeo com 10 coisas para fazer em Cracóvia.
Planejando a sua viagem
Quando ir
A Polônia é gelada no outono e inverno e faz um calorzinho gostoso na primavera e verão. Claro, os melhores meses são os mais quentes. Dá para visitar em qualquer época do ano, mas eu evitaria o inverno.
Como chegar
Não existem voos diretos do Brasil para Cracóvia, mas chegar até lá é fácil fazendo conexão em qualquer grande cidade Europa que receba voos do Brasil.
Visto
Brasileiros não precisam de visto para entrar na Polônia, o país faz parte da União Européia e sendo um país Schengen, o visto de entrada vale para a visitar o país e os países membros por 90 dias.
Quanto custa
Cracóvia é uma cidade bem barata, algo que me surpreendeu muito. Dá para se divertir muito sem gastar rios de dinheiro.
Como se locomover
A melhor forma de andar por Cracóvia é a pé, mas se você precisar, o táxi é barato. O Uber também funciona super bem e é ainda mais barato que o táxi.
Se você estiver procurando onde ficar em Cracóvia, aqui no blog tem um post bem completo explicando os melhores bairros e onde você deve evitar. Veja aqui. Mas deixo algumas dicas abaixo.
Eu me hospedei no Hotel Ascot, um hotel 3 estrelas bem confortável e que tinha diárias a partir de 190 reais com café da manhã para duas pessoas. O Hotel Ascot fica em um ponto muito estratégico, entre a estação de trens (de onde chega o trem do aeroporto) e o centro histórico.
Perto dele fica o Hotel Wyspiański, um hotel moderninho que fica coladinho no centro histórico e com preço excelente.
Outra opção é o Hotel Mikołaj, ele tem um excelente custo benefício, fica dentro do centro histórico, em uma rua super charmosa e tem quartos lindos.
Mas se você não se importa em pagar um pouco mais, pode ficar naquela que é, na minha opinião, o melhor hotel do centro histórico, o Hotel Wentzl. Esse hotel é um sonho, e a localização dele é perfeita.
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O que fazer em Cracóvia em 3 ou 4 dias
Basílica de Santa Maria
Bairro judeu de Cracóvia
Reservando um serviço com um dos parceiros do blog, você ajuda o Vou na Janela a produzir mais conteúdo e não paga nada a mais por isso. O Vou na Janela só recomenda empresas e serviços em que confia.
Lindo post! Inspirador!!
Obrigado, Mariana =)
Cracóvia é realmente uma cidade linda! Estive lá uma vez quando visitei Auschwitz e visitei alguns desses lugares mas não cheguei a ir ao Castelo de Wawel. Adoro castelos e essas dicas vão ser muito úteis pra quanto eu voltar rsrs.
O castelo é muito lindo, vale muito a visita.
Parabéns! Adorei a forma como abordou Cracóvia, o turismo pode ir muito além dia terrores do nazismo.
Fomos a Berlin, no memorial aos judeus, foi muito triste e nos fez muito mal, vimos o quanto terrível pode ser um homem. Não cogitamos em nenhum momento a ir para Auschwitz, para nós, não seria turismo, mas sim uma tortura e uma grande prova da crueldade e baixeza humana.
Por ser de descendência polonesa, tenho muita vontade de conhecer Cracóvia, quem sabe numa próxima.
Parabéns pela forma que mostrou Cracóvia.
Parabéns! Adorei a forma como abordou Cracóvia, o turismo pode ir muito além dos dias de terrores do nazismo.
Fomos a Berlin, no memorial aos judeus, foi muito triste e nos fez muito mal, vimos o quão terrível pode ser um homem. Não cogitamos em nenhum momento a ir para Auschwitz, para nós, não seria turismo, mas sim uma tortura e uma grande prova da crueldade e baixeza humana.
Por ser de descendência polonesa, tenho muita vontade de conhecer Cracóvia, quem sabe numa próxima.
Parabéns pela forma que mostrou Cracóvia.
bom dia Fabrício
Sou Maria Alice Ferraz e estou indo para Varsóvia e Cracóvia.
vc poderia mandar para meu email os links das excursões para o campo de concentração e para as minas?
E poderia me adiantar os valores, em média.
Não falo ingles, nem polonês, só falo francês e nem tanto! kkk Vou ter problemas?
Eu tenho que trocar a moeda para a moda polonesa?
Excelentes informaçòes no seu blog. Obrigada
Oi, tudo bem? O link para todos os passeios estão no fim deste post: https://www.vounajanela.com/polonia/o-que-fazer-em-cracovia/
O ideal é falar inglês para você conseguir aproveitar os passeios, mas se vc não fala, não deixe de fazer a sua viagem por causa disso.
Fabricio,
Boa tarde!
Irei com meu esposo e 2 amigos em agosto e suas dicas foram maravilhosas!
Parabéns pelo carinho da pesquisa e nos passar belíssimas informações!
Abraços,
Luciana Farias
Oi Luciana, tudo bem? Super obrigado! Eu acabei de voltar da Polônia, estive em Gdansk. Cidade linda demais e já tem post aqui.